sábado, 2 de janeiro de 2010

Quinto Capitulo

ELIAS NOIVA, MAS NÃO COM CARRAPITA.

Apesar do trauma da sodomização, Carrapita continuou com as suas fugas domingueiras para a bouça. Durante a semana não se encontravam, pois Elias passava o dia todo na Universidade de Famalicão a concluir o Curso Superior de Resíduos Industriais. Tinha em mente um estágio nos EUA, país onde imaginava conhecer centenas de Carrapitas. (Carrapita tinha-lhe apurado o gosto pelos comportamentos obscenos.)
Carrapita, ao contrário, tinha menos responsabilidades. Tinha pouco jeito para tarefas domésticas.
Passava os dias nas lojas chinesas a comprar lingerie com plumas e aberturas para impressionar Elias aos Domingos.
Os pais de Carrapita bem queriam que ela se ocupasse. Arranjaram-lhe inclusivamente uma cunha para uma fábrica de conservas em Matosinhos, mas Carrapita não dava sinais de se querer instalar na vida à custa do trabalho. Ganhava uns trocados a fazer, de quando em vez, consultas de Tarot às raparigas de Valbom e de Baguim do Monte. Vendia também, esporadicamente, telemóveis em 2ª, 3ª e 4ª mão. Este negócio era feito em parceria com o Zé Sapateiro que embora ressentidíssimo com o facto de ter sido preterido por Carrapita, gostava de lhe patrocinar a boa vida para ver até que ponto é que ela ia.
Os encontros com Elias, como tudo na vida que é novo e se faz antigo, começaram a esmorecer. Sobretudo para Elias que achava ter tirado desta relação tudo o que devia (e não exactamente o que queria). Não queria desgostar a mãe. Um casamento com alguém como Carrapita seria o fim de todo um projecto trabalhado ao pormenor por mãe e filho.
Ora nesse sentido, Elias tinha iniciado um namoro sério com uma rapariga de Braga. A namorada oficial de Elias chamava-se Sandrina e era muito devota e respeitadora. Ao que Elias pôde apurar era muito endinheirada. A família tinha um negócio de relicários muito antigo, em Braga, e que rendia quase tanto como o stand de automóveis do pai de Elias. Era a noiva que mãe de Elias desejava. Sandrina era excelente aluna e estava exactamente no último ano do Curso Superior de Nutricionismo para Suínos e Bovinos, no Instituto Politécnico de Famalicão.
Certo Domingo Elias foi ter com Carrapita à Bouça, como de costume, e anunciou-lhe que estava noivo. Carrapita encrespou-se e pontapeou-o com toda força nas bolinhas que se transformaram em duas couves roxas. Elias caiu agoniado no chão! Carrapita olhou-o no fundo dos olhos e disse-lhe:
- Tu estás noivo e eu estou grávida.
A Verdade é que Carrapita não estava grávida e teve, nesse mesmo dia, de dispor dos serviços de Zé Sapateiro para levar os seus objectivos a bom porto.
Zé Sapateiro não se negou ao serviço: era refém dos caprichos de Carrapita.

Na próxima semana: O Noivado de Elias

(Todos os textos são reservados os direitos de autor, Desenhos by web)

1 comentários:
Madalena Claro disse...

Estes episódios da Carrapita estão a deixar-me numa tremenda ansiedade... Não sei aonde esta rapariga, movida pelos seus caprichos, vai parar... Coitado do Zé Sapateiro, do Elias e dos restantes homens que se atravessarem no seu caminho... Bolas!!

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