sábado, 2 de janeiro de 2010

Terceiro Capitulo


CARRAPITA VAI Á LUTA (hoje na 3º pessoa)

Carrapita decidiu a sua vida, não no momento em que viu o Elias, mas no momento, em que viu o pai de Elias a construir uma piscina na casa muito cor-de-rosa. Até porque o Elias, sendo bom rapaz, não era lá muito bem apessoado. Era o estilo gordalhufo, cabelo crespo e uma com pele onde as borbulhas proliferavam. Além disso em casa da Carrapita a penúria era cada vez maior. Os pitos do pai tinham apanhado uma tinha esquisita e não se vendiam. A mãe já só cerzia os vestidos que Aurélia mandava de França para a Carrapita.
Mas Elias era um rapaz guloso e não só nos comes. Padecia do mal da timidez. Mas quando via uma mulher bem fornecida a passar-lhe pela frente, até lhe parava a digestão. Os olhos pequeninos, engrandeciam e pareciam dois cocos a saltarem-lhe das órbitas. Carrapita era uma mulher bem lançada, 1, 75 m de mau caminho. Vestia bem de cara. E os vestidos que vinham de França ficavam-lhe a matar. Especialmente os aderentes que lhe insinuavam as formas soberbas de “garrafa de coca cola.”. Os decotes, sempre generosos, revelavam duas fabulosas melancias que Elias se pelava por provar. Ora, embora pouco letrada, Carrapita sabia o que valia. E andava naquele arrasto de olhares e poses com o Elias e a coisa parecia não desenvolver. Cada vez que Elias se aproximava para lhe falar, entrava num nervoso tal que desencadeava uma crise de flatulência que o levava a fugir de qualquer mortal. Zé Sapateiro ia apreciando estas cenas de sedução mal esgalhadas de longe… Sabia que tinha perdido a Carrapita por causa de meia dúzia de cifrões, mas ninguém lhe tirava da cabeça que ela ainda lhe iria comer à mão. Farta da falta de despacho do Elias e, já com sabedoria suficiente para saber que tinha de saltar a parte da conversa, se não nem para a frente nem para trás, Carrapita foi à luta. Um Domingo de manhã decidiu pôr-se em trajes de menores e fazer de conta que ia tomar banhos de sol para uma “bouça” que ladeava a casa de Elias. Aliás a janela do quarto de Elias dava precisamente para essa pequena bouça , onde para além da Carrapita, o que se via, nesse domingo, era um entulho de lixo electrónico. Elias abriu a janela nesse Domingo de manhã e a sensação que o invadiu foi semelhante ao do início de um enfarte. Estava uma manhã de Sol radioso em Valbom.

Para Semana:
CARRAPITA E ELIAS NA BOUÇA

(Todos os textos são reserervados a direitos de autor, Desenhos by web)


Comentários:
Maryj :disse...

A mim, faz-me lembrar os velhos romances de Jane Austen, em particular: "Persuasão" so que aqui a raperiga tinha mais dinheiro e menos talento para procurar moitas.

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